quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Um.

A poesia repentina me humilha. O subjetivismo alheio que se concretiza em mim me intriga. E as minhas tentativas frustradas de fazer e ser me enfraquecem pouco a muito, numa grandeza diretamente proporcional à minha incapacidade intelectual. Frases curtas de um pensamento que se obriga inacabado, na sórdida tentativa de uma coerência sentiMental. Insistência patriótica de uma compreensão impossível, gerada pela necessidade freudiana de sabe-se lá o quê. Às vezes cansa, quase sempre irrita. Inevitavelmente frustra. Leia, leia livros. Sinta, mas não a ponto de sofrer. Sinta a superficialidade do essencial e sublime todo o resto que dá graça e dor, sentido e falta de. Seja tosco nos sentimentos e cientista das sensações. Experimente e deguste sem a tentadora depravação. Mas seja ético e reto. Escreva um livro. E eu vou ler, pra tentar não tanto sentir.