sexta-feira, 12 de março de 2010

.alô.

Sem músicas caribenhas e azuis de passarinhos. O céu se fechou em cinza chumbo e as nuvens se uniram em complô celestial.
O sol que secou a roupa se escondeu timidamente, e os sorrisos espontâneos que teimavam em surgir em bocas distintas encolheram-se em rugas internas.
O gosto doce da liberdade conquistada foi trocado pelo amargo de uma ressaca involuntariamente adquirida. Resaca de porre alheio, de álcool não ingerido, de caloria não consumida... mas de sanidade subtraída.
As gotas teimam em transitar pelos cílios de maquiagem borrada, minando das verdes folhas de um olhar triste infantil.
A despeito da meteorologia do dia, a saudade persiste, e aumenta progressivamente com a lembrança do cheiro da sua cor.
De súbito, o contraste desse afeto desmedido devolve o rosado às bochechas, e espera pelo bom dia tardio de uma voz de veludo.

2 pitacos:

O Verme Verde disse...

"A despeito da meteorologia do dia, a saudade persiste, e aumenta progressivamente com a lembrança do cheiro da sua cor." Isso é clássico. Me dá? hahaha.

Raíssa disse...

Quem tem namorado preto aqui sou eu... e inveja também!
Mas sabe o que? Que orgulho de ser a sua pessoa e a minha ao mesmo tempo! Posso achar que fui eu que escrevi... ou que 'almen' inspirei.