quarta-feira, 7 de abril de 2010

condição.

É da mediocridade que eu tenho medo.
A ignorância não me assusta. É tão ignorante em sua essência que ignora o próprio fato de sê-lo.
Não há erro no que não se conhece. Não há padecimento no que não se sabe. Simplesmente não há. E não há mal nenhum nisso.
Não há pesar. Não pesa, apesar do não.
A conformidade com o estado presente, independente de qual seja, é o verdadeiro nirvana.
Não há sofrimento pela ascensão improvável. A ascensão não é um objetivo. Não é nem mesmo uma palavra conhecida.
A felicidade banguela é sim suprema. Faz-se nas cáries que nasceriam em dentes que não há. Renova-se na impossibilidade do haver.
E se com a ausência de um tem-se a ausência de dois, o resultado é satisfação.

3 pitacos:

O Verme Verde disse...

Estava eu no quarto parágrafo do texto que viria a ser o comentário dessa postagem quando ele simplesmente sumiu. De desaparecer e não reaparecer. Acho que sumir é isso, ou não. Pode-se sumir e encontrar? Aí é perder. Sumiu. Reencontrar as frases que já haviam sido escritas, reescrevê-las? Impossível. Perdido o escrito fica o teclado preto, marcas brancas formando as letras. Inédita visão do teclado. Era ferramenta, agora é assunto. No presente é assunto, no futuro pode voltar a ser ferramenta, mas e o escrito? Esse, sumiu. Vagamente era algo em que a mediocridade me aproxima de mim. Não por eu me achar medíocre. Mas por não ser medíocre é possível quando a mediocridade “acontece” em alguém. O não-ser acaba sendo, tendo significado como se fosse. E é. Eu volto a pensar nas coisas que são importantes por não estarem lá. “Não contém Glúten”. Banal? E sua vida é o que? “Supervida”? A ignorância me assusta, eu sou ignorante quando eu vejo em mim o que no outro limita da minha parte nosso contato. Ignorância é limitação. Nesse presente, nessa visão, não nessa ordem. Não ser ignorante acaba sendo uma parcela da ignorância? Ignorância calada? Eu me divirto com essas expressões que se calam. Ignorância não me assunta. O que me assusta. O que me assusta é a insistência. Aí há dor, pesadelo, pranto, grito, silêncio, angústia, frio, e não há nada que faça passar. Faça passar em mim insistir tanto em querer existir além do possível. Existir tem si mesmo. E não tem não-ser. Não se pode não existir. Pode-se não viver. O não-ser aí não é. Inalcançável. Feliz. Sem sofrimento. Alívio. Sem peso, a leveza não existe. A leveza é o não-ser do peso. Meu ser tem um não-ser sendo onde eu não sou. E meu não ser é. Eu sou duas vezes; só não sei onde.
ISSO É UM COMENTÁRIO. BGOZ.

Joanna disse...

Porra...
Clarice tem feito miséria nessa cabeça aí, hein?
Reconheço. E admiro!

Auíri Au disse...

Você é aquilo que deseja ser.
Nossos atos são nossas armas.
Satisfação em primeiro lugar.
Beijos sumida.
Boa semana!!